Drogas e Depressão: Como os dois se relacionam?

Transtornos mentais e dependência química estão estreitamente correlacionados. Ao passo que a depressão pode levar ao vício, o abuso de substâncias também pode desencadear um quadro depressivo. Independentemente da ordem desta combinação, o suicídio é a consequência mais trágica. Mas, na prática, como a depressão e as drogas efetivamente se relacionam?

No Brasil, estima-se que em cada 100 pessoas, pelo menos 30 possuem ou terão problemas de saúde mental. A depressão, classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o “Mal do Século”, é o principal deles. A condição provoca melancolia profunda, perda de interesse em atividades, pessimismo, entre outras consequências já conhecidas.

Como a depressão leva ao uso de drogas

Transtornos de humor como a depressão são fatores de risco para problemas com drogas. A propósito, pesquisadores estimam que pessoas neste quadro sejam duas vezes mais propensas a fazer uso excessivo destas substâncias.

O uso de drogas por parte de pacientes com depressão está relacionado a uma busca por aliviar o próprio mal-estar. O indivíduo, sem perspectivas e mais propenso a abandonar cuidados com a própria saúde, encontra nas drogas uma forma de minimizar estes sintomas, de sentir prazer com algo.

Ainda que a sensação até possa ser moderada inicialmente, o vício e a abstinência agravam o quadro no longo prazo. Há, inclusive, a Teoria da Automedicação, criada por Edward Khantzian, que indica que cada transtorno psiquiátrico influencia diretamente na escolha de uma ou outra droga para aliviar suas angústias.

Caminho inverso

Por outro lado, também é verdade que a dependência química também desencadeia a depressão. Este é um fenômeno bem mais difícil de ser explicado, afinal, são vários os motivos que acabam levando uma pessoa a se entregar às drogas.

No imaginário popular, há uma interpretação de que o uso de drogas inicia a partir de alguma frustração na vida de um indivíduo, seja a perda de um emprego, o fim de um relacionamento ou a morte de um ente querido. No entanto, esta teoria é de fácil reputação, afinal, o mundo das drogas também é aberto em momentos de alegria. Seja em uma festa na faculdade, ou pela influência dos amigos, o uso de drogas não necessariamente está atrelado a momentos de tristeza.

Tecnicamente falando, o uso abusivo de drogas leva à depressão do sistema nervoso central, agravando quadros depressivos, inclusive de origem genética. Em todo caso, é possível perceber que a relação entre a depressão e as drogas é uma bola de neve: um paciente depressivo que faz uso frequente de drogas fica cada vez mais depressivo, enquanto um dependente químico afetado pela depressão tende a se sentir cada vez mais melancólico, desolado.

O tratamento é possível de diversas maneiras. Em casos mais avançados, a internação é a forma de terapia mais recomendada. Também há a necessidade da administração de medicação antidepressiva, especialmente para minimizar os riscos de suicídio.

O vício em substâncias psicotrópicas é um grave problema de saúde pública e implica diretamente no convívio social. E quando ele está atrelado à depressão, a ajuda médica e especializada é indispensável.

Para mais conteúdos sobre dependência química, acesse os demais artigos do nosso blog.